sábado, 17 de outubro de 2009

E sempre que fico triste, chove.

Enquanto isto, no Skype.
B: Porque é que quando a gente fica esquisito a gente só pensa em comida?
Ele: Sei lá. Fuga. Satisfação.
B: Satisfação. A gente poderia se sentir satisfeito com, sei lá, uma bela corrida ao redor da quadra.
Ele: Hahahahha! Tem gente que deve sentir-se satisfeito com isso.
B: Pessoas frustradas deevriam ter o desejo incontrolável de tentar denovo. Gente cansada, vontade de sair, de ver as coisas. Tá tudo errado. Vou mandar uma cartinha para o SAC Divino.
Ele: Não tá. Tudo está certo, a cabeça das pessoas é que não funciona direito.
B: Será? Por quê?
Ele: Pq o problema são as pessoas, que procuram sempre o caminho mais fácil para elas. E são egoístas.
B: Eu não acho que combina com o que disseste agora há pouco sobre as pessoas serem boazinhas.
Ele: São, são sim, ajudam e tal. O problema é quando o problema é com elas, ai elas agem normalmente da maneira mais fácil. Faça o que eu digo não faça o que eu faço.
AQUI, Ó!!!
B: Mas e se a gente se sente triste mas não sabe o porquê? Aí é que está. A gente deveria ficar doido de vontade de ser feliz.
Ele: Vc tá triste e não sabe pq? [E depois de um tempo] (Começou a chover)
B: Deveríamos conseguir reconhecer uma pessoa infeliz pela energia delas. Eles deveriam ser elétricas, agitadas, correndinho em busca das coisas.
B: Ah, a chuva...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

leaving.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Le-tras Fran-keins-tein

Saudaçõõões amiguinhos (A là Palhaço Bozo)

... Mas foi quando então, uma conversa normal começou a ficar filosófica demais e resolvi compartilhar, sabe aquelas músicas de adolescente? Estilo For fun, darvin, nx-zero, fresno, essas paradas todas?
Pois então, pega a letra e divida-a em partes iguais... Pronto. O que vc descobriu? Nada.
Agora pega tudo, e junta tudo, o que vc descobriu? Nada de novo (Mas é aí que mora o problema)

Diabos, as letras não têm sentido juntas, é pior que literatura de cordel, sendo esta última com sentido e tudo o mais.

Pegando um trecho de uma música do Darvin:

"Eu te falei
Que tudo acaba em um segundo
Eu me lembrei
Que o começo é bem melhor do que o final
Que tudo muda, nada continua igual
O tempo passa e os nossos planos
Ficam só na nossa imaginação
E se eu errei por favor peço perdão
Ainda assim eu sabia que de novo
Eu conheceria o nome do jogo
E é tão difícil estarmos sós"

Daí eu te pergunto, entendeu alguma coisa? Pois eu entendi bolhufas (Nada)
Não que eu queira ser chato, desmerecer o trabalho dos caras ou qualquer coisa do tipo, mas daí eu percebo um dos motivos que eles agradam o público jovem: poxa, adolescentes... Mentes confusas, desordenadas, tentando achar um espaço na sociedade, ou não. Músicas confusas, desordenadas, tentando achar um espaço no meio musical, ou não. É toda uma semelhança que atrai!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mais Gaúcha que...

Uma das vantagens em se ter contato com pessoas de outros estados é a auto descoberta. Quando fiz uma cadeira de antropologia, minha professora dizia que para estudarmos alguma cultura, é preciso que a “estranhemos” primeiro. Seria extremamente fácil chegar a alguma tribo africana exótica e descrever com detalhes sua cultura, hábitos, crenças, linguagem... Mas se tentarmos estudar nossa própria cultura, deixaremos de perceber muitas coisas, em virtude de que certos trejeitos, falas, formas de agir já estão tão enraizados em nós, que nem pensaríamos que no resto do mundo se faz diferente.

Por estes dias, me percebi “estranhando” um jeito peculiar de falar que nós, gaúchos, temos. Muito além dos estereotipados “Bah*” e “Tchê”, que dariam textos por si só, percebi os nossos comparativos que, por falta de definição oficial, vou chamar de “mais-quês” gauchescos, como o Pedro fez originalmente aqui.

Muito além do eufemismo, os “mais-quês” são uma forma útil de ilustrar exatamente o que estamos querendo dizer com determinados adjetivos, e ainda conferir certa “força expressiva” à frase. Por exemplo: se eu dissesse que Fulano foi à festa, e pareceu deslocado à noite toda, não teria o mesmo peso da frase: “Fulano foi à festa, mas ficou toda a noite mais perdido que cego em tiroteio” (esta, a mais célebre de todas as comparações), certo?

Com a ajuda do Fabrício, listei alguns dos “mais-quês” que pude lembrar. São eles:

Mais apavorado que véio em canoa.
Mais sério que guri cagado.
Mais por fora que braço de caminhoneiro.
Mais apertado que jeans de fresco.
Mais metido que cupim em metalúrgica.
Mais deslocado (metido/perdido) que cebola em salada-de-frutas.
Mais faceiro que mosca em tampa de geléia.
Rebola mais que bolacha em boca de banguela.
Mais feio que banguela gritando “goool”.
Mais perdido que filho da P*** em dia dos pais.
Mais assanhado que tia solteirona em festa de casamento.
Mais engraçado que gorda colocando as calças.
Mais extraviado que chinelo de bêbado.
Mais grosso que dedo de gringo destroncado.
Mais nervoso que gato em dia de faxina.
Mais louco que galinha agarrada pelo rabo.
Mais branco que perna de freira.
Mais comprido que esperança de pobre.
Mais conhecido que parteira de campanha.
Mais frouxo que peido em bombacha.
Mais curto que coice de porco.
Mais engraxado que telefone de açougueiro.
Mais inútil que buzina em avião.

Não fui capaz de compor um “mais-quê” à altura do iniciado no título. Se alguém arriscasse, ficaria mais faceira que guri de bombacha nova. ^^

*Bah: contração de “barbaridade”. Pode significar surpresa, espanto, indignação, desprezo, e... Oras. Pode significar praticamente qualquer coisa! XD

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sobre Caramujos e Caracóis.

Onze horas da noite. Os dois dentro do carro, parados, jogando conversa fora. Como sempre, sem assunto definido.

B: Sabe aquelas histórias em que alguém fala alguma coisa para a qual não damos muita importância, mas depois a pessoa morre e ficamos o resto da vida nos perguntando qual o sentido daquilo?
Ele: Mais ou menos.
B: Pois então. Meu vô me chamava de cabeça-de-"stiusi". Nunca dei bola, até que um dia ele morreu, e eu até hoje me pergunto o significado disso.
Ele: Mas o que é "stiusi"?
B: Caramujo. Descobri isso recentemente, depois de anos de agonia por não saber o que era.
Ele: Mas "cabeça-de-caramujo" seria exatamente o quê?
B: Pois é. Agora a agonia deve-se a não saber exatamente o que ele QUIS dizer com isso. Sei lá, pode ser tantas coisas. Talvez por que o caramujo é duro, ele estaria me chamando de cabeça-dura... Ou porque a meleca de dentro é mole. Aí, me chamando de cabeça-oca. Vai saber.
Ele: Cabeça-de caracol... (risos). Ei, qual a diferença entre caramujo e caracol?
B: Não sei. Um tem o casquinho enrolado e o outro liso?
Ele: Eu não sei, por isso perguntei. Será que caramujo tem por aí, e caracol no mar?
B: Caracol no mar?!?
Ele: É... Não? Não tem caracol no mar?
B: Eu sei lá. Vai ver a diferença entre eles é a mesma entre semáforo, sinaleira e farol. Ou entre aipim...
Ele: e mandioca...
B: ...e macaxeira.
Ele: Entre bergamota e tangerina.
B: Entre bergamota, tangerina e mixirica.
Ele: Mas será que é só isso?
B: Eu não sei. Mas esse diálogo sem pé nem cabeça daria um texto.
Ele: Tu vai escrever ele?
B: Não sei se confio na minha memória... E tem mais um problema.
Ele: Qual?
B: Aquela questão dos finais, lembra? Um texto tem que ter um final definitivo.
Ele: Tem que ter?
B: Tem. Senão fica aquele clima de "ah, acabou do nada".
Ele: E como seria um final definitivo pra esta conversa?
B: Não sei. Mas se isto fosse um texto, eu acabaria ele bem aqui.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008